A padroeira da freguesia, Nossa Senhora das Dores, é celebrada no domingo seguinte ao dia 15 de Setembro. Ela acontece na igreja paroquial construída em 1961, após a destruição da anterior pelo Vulcão dos Capelinhos. Esta tinha sido erguida em 1797, que por sua vez substituiu a que fora destruída pelo Vulcão do Cabeço do Fogo. Esta última localizava-se no sítio do Nicho e tinha como padroeira a Santíssima Trindade, que após a destruição da freguesia ficou padroeira da freguesia vizinha do Capelo. Durante os 200 anos a Praia do Norte perdeu o seu estatuto de freguesia, sendo integrada na freguesia vizinha do Capelo, tendo como padroeira a Santíssima Trindade.

Em 1 de Outubro de 1839 a rainha D. Maria II assinou um “alvará para a criação da freguesia da Praia do Norte”. Tem interesse a sua transcrição, pois mostra o empenho e a persistência dos praienses em voltarem a ser autónomos, tanto no espiritual como no temporal: “Tomando em consideração o que me representaram os moradores do lugar da Praia do Norte da ilha do Faial sobre os gravíssimos incómodos que lhes resulta de pertencerem à freguesia da Santíssima Trindade do lugar do Capelo, não só pela distância em que ficam; mas também pela escabrosidade dos caminhos que os separam dela. E atendendo às informações que me deram da extensão e população atual do referido lugar da Praia do Norte, e bem assim a respeito de todos os fundamentos e circunstâncias apresentadas pelos ditos moradores em favor da sua pretensão dei por bem, conforme o parecer do conselheiro procurador-geral da coroa, ordenar que sem prejuízo das medidas que hajam de tomar-se quando se proceder à definitiva reforma eclesiástica na ilha do Faial seja provisoriamente ereto um Antiga Igreja da Praia do Norte curato sufragâneo no lugar da Praia do Norte, constituindo-se a paróquia de Nossa Senhora das Dores, situada no mesmo lugar e arbitrando-se para côngrua anual do respetivo cura a quantia de 250$000 reis que será paga pelo produto dos dízimos” (in Praia do Norte: um exemplo da História, Tradição e Cultura da Ruralidade Açoriana, 2013).

O mesmo livro refere que a imagem da Senhora das Dores produzida no atelier do “afamado escultor João de Afonseca Lapa, de Vila Nova de Gaia” e adquirida com o produto de uma subscrição promovida nos Estados Unidos pelos praienses José Garcia da Rosa, José Goulart da Silva e Francisco Dutra de Andrade.” Esta imagem que hoje se mantem na igreja paroquial como padroeira.